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ESMO 2024

Estudo destacado no ESMO 2024 explorou a associação entre fatores sociodemográficos e a sobrevida de mulheres diagnosticadas com câncer de mama em todos os hospitais que compõem a Rede de Atenção Oncológica do estado do Espírito Santo, entre 2000 e 2016. Os resultados foram apresentados por  Luís Carlos Lopes-Júnior  (foto), do Grupo de Pesquisa em Oncologia, e mostram que determinantes como raça/cor, idade ao diagnóstico, estado civil e nível de escolaridade afetam os resultados de sobrevida, indicando que mulheres negras têm risco 60% maior de mortalidade específica por câncer de mama.

O estudo DESTINY-Gastric03 destacado no ESMO 2024 avaliou  trastuzumabe-deruxtecana (T-DXd) em combinação com fluoropirimidina (FP) e um anti-PD-1 como tratamento de primeira linha (1L) no adenocarcinoma gástrico/esofágico HER2+/adenocarcinoma de junção gastroesofágica (GEJA) metastático. Os resultados apresentados por Yelena Janjigian (foto), oncologista do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, mostram benefício clínico durável da combinação de T-DXd com FP/pembrolizumabe em pacientes com PD-L1 CPS ≥1.

Estudo liderado por pesquisadores da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer pretende comparar os efeitos do extrato de cannabis sativa no controle da dor e na qualidade de vida de pacientes com câncer de pulmão localmente avançado ou metastático. O protocolo do estudo foi selecionado para a sessão de pôster Trials in Progress (TiP) no ESMO 2024, em apresentação da oncologista Danielli D. Matias (foto).

Uma vacina terapêutica experimental baseada em mRNA que codifica 8 epítopos derivados de antígenos com relevância potencial no glioblastoma cerebral (GBM) é a nova promessa em pacientes recém diagnosticados. Resultados iniciais do primeiro estudo em andamento, o primeiro em humanos, foram apresentados no ESMO 2024, demonstrando dados de segurança encorajadores em pacientes com GBM sem metilação do promotor do MGMT.

O anticorpo-droga conjugado patritumab deruxtecan (HER3-DXd) mostrou atividade clinicamente significativa e perfil de segurança manejável em pacientes com câncer de mama avançado HR+/HER2- que progrediram após 2 ou mais linhas de tratamento. Os resultados são do estudo de Fase 2 ICARUS-BREAST01, apresentado em sessão oral no ESMO 2024 pela oncologista Barbara Pistilli (foto), chefe do comitê de patologia mamária do Gustave Roussy.

A atividade intracraniana de trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) foi observada em dados retrospectivos ou em pequenas coortes de pacientes com câncer de mama metastático HER2+ com metástase de SNC estável ou ativa. Nancy Lin (foto), oncologista do Dana Farber Cancer Center, apresentou no ESMO 2024 resultados de estudo randomizado de Fase 3b/4 que avalia prospectivamente T-DXd nesta população de pacientes, demonstrando sobrevida livre de progressão em 12 meses de 61,6% (IC de 95% 54,9, 67,6) na coorte com metástases cerebrais e no mesmo período SLP de 58,9% no SNC.

Funda Meric-Bernstam (foto), da Universidade do Texas MD Anderson Cancer Center, apresentou no ESMO 2024 os resultados iniciais da parte de escalonamento de dose de estudo multicêntrico aberto de Fase 1/2a que avalia a monoterapia com o anticorpo-droga conjugado inibidor da topoisomerase I (Top1i) direcionado a B7-H4 puxitatug samrotecan (AZD8205) em pacientes com tumores sólidos selecionados avançados/metastáticos. “AZD8205 apresentou um perfil de segurança manejável consistente com outros ADCs Top1i e mostrou eficácia preliminar em pacientes fortemente pré-tratados com progressão prévia no tratamento padrão”, observaram os autores.

NETTER-2 demonstrou benefício de sobrevida livre de progressão (SLP) e taxa de resposta objetiva (ORR) favorecendo 177Lu-DOTATATE + octreotida 30 mg de liberação prolongada vs octreotida 60 mg de liberação prolongada no cenário de primeira linha em pacientes com tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos (NETs) avançados, bem diferenciados, de grau 2 (G2) e G3 (Ki67 ≥10%– ≤55%). Na população avaliada, 53,5% dos pacientes tinham doença extensa fora do fígado. Análise apresentada no ESMO 2024 pela pesquisadora alemã Marianne Pavel (foto) mostrou que os benefícios de 177Lu-DOTATATE nessa população foram consistentes após o ajuste para covariáveis ​​basais, incluindo disseminação da doença.

Na primeira análise intermediária do estudo de Fase 3 ADRIATIC, a consolidação com durvalumabe melhorou significativamente os desfechos primários de sobrevida global e sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de pulmão de células pequenas em estágio limitado que não progrediram após quimiorradioterapia concomitante. Agora, em sessão oral no ESMO 2024, Suresh Senan (foto) apresentou resultados que mostram benefício de durvalumabe versus placebo independentemente de componentes de quimiorradioterapia concomitante prévia e uso de irradiação craniana profilática.