Ibrutinibe não aumenta sobrevida global na LLC inicial
A estratégia do ‘Watch-and-wait’ deve continuar como o padrão de tratamento na leucemia linfocítica crônica (LLC) em pacientes com doença inicial, como demonstrou estudo apresentado no congresso da European Hematology Association 2023 realizado em Frankfurt, Alemanha. A análise final do estudo CLL12 de fase 3, duplo-cego, controlado por placebo (Abstract 200) não mostrou benefício de ibrutinibe versus placebo em pacientes com LLC inicial, assintomáticos e virgens de tratamento.
Em 2018, a Sociedade Europeia de Oncologia Ginecológica (ESGO), juntamente com a Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia (ESTRO) e a Sociedade Europeia de Patologia (ESP), publicaram diretrizes baseadas em evidências para o manejo de pacientes com câncer cervical. Diante do grande número de novas evidências abordando o manejo do câncer do colo do útero, as três sociedades decidiram atualizar essas diretrizes, abrangendo questões relevantes sobre diagnóstico e tratamento do câncer do colo do útero. A oncologista Maria Del Pilar Estevez Diz (foto) comenta as diretrizes atualizadas, que foram publicadas no International Journal of Gynecologic Cancer.
Mais de 300 mil pacientes são diagnosticados com câncer de mama anualmente, com um terço deles estimado como elegível para teste de deficiência de recombinação homóloga (HRD)/BRCA seguindo as diretrizes da National Comprehensive Cancer Network (NCCN). No entanto, artigo de Mendenhall et al. no JCO Oncology Practice alerta que apenas 35% dos pacientes elegíveis são encaminhados para aconselhamento genético e propõe caminhos para avançar na implementação das diretrizes de conduta.
A maior qualidade do cirurgião (determinada por métricas de resultados intermediários) está associada a uma melhor sobrevida global em pacientes submetidos à ressecção curativa para câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP). Os resultados do estudo de Ray e colegas publicado no Journal of Clinical Oncology (JCO) demonstrou que a adoção de métricas de qualidade pelos cirurgiões e o direcionamento associado de processos para melhoria podem reduzir a disparidade nos resultados. "O estudo apresenta várias limitações e poucas informações úteis para nossa rotina em 2023", avalia o cirurgião torácico Riad Younes (foto).
Estudo de pesquisadores japoneses e sul-coreanos demonstrou que o tratamento neoadjuvante com imatinibe é uma opção eficaz para GISTs gástricos de 10 cm ou mais. Os resultados de longo prazo foram publicados na Gastric Cancer, com a recomendação de que o tratamento pós-operatório com imatinibe deve ser mantido mesmo após a ressecção R0 para minimizar a recorrência. "O estudo dá embasamento a uma prática já adotada, que é o uso de imatinibe neoadjuvante em pacientes com GIST gástrico onde há risco de cirurgia R1 ou necessidade de cirurgia maiores com morbidade aumentada", afirma o oncologista Gabriel Prolla (foto).
Enfortumabe vedotina (EV) e pembrolizumabe (Pembro) individualmente mostraram benefício de sobrevida no câncer urotelial no cenário de segunda linha na doença localmente avançada ou metastática (la/mUC) + la/mUC. Análise de O`Donnell et al. publicada online 27 de junho no Journal of Clinical Oncology (JCO) mostra resultados do ensaio que avalia EV mais Pembro (EV + Pembro) na primeira linha de tratamento de pacientes com la/mUC.
As mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP) não correm maior risco de câncer de ovário do que aquelas sem a condição hormonal comum, mas aquelas com SOP que passaram pela menopausa têm duas vezes mais risco de serem diagnosticadas com câncer de ovário.
Na era da imuno-oncologia, as mudanças longitudinais na resposta inflamatória sistêmica, medidas pela proteína C-reativa e pela albumina no escore prognóstico de Glasgow modificado (mGPS), podem prever respostas e desfechos em pacientes com carcinoma de células renais metastático (mRCC)?
A superexpressão de VEGFR2 foi independentemente associada com maior sobrevida global e maior sobrevida livre de progressão em pacientes com mesotelioma pleural, como relatam Levallet et al.1 em artigo publicado online no Lung Cancer Journal. Os dados devem estimular novas análises prospectivas sobre o papel desse biomarcador na estratificação de risco do mesotelioma pleural. O oncologista Vladmir Cordeiro de Lima (foto) analisa os resultados.
O estudo de fase 2 FIRE-4.5 (AIO KRK0116) demonstra que, quando um regime de quimioterapia tripla está sendo usado no tratamento do câncer colorretal metastático em pacientes com mutação BRAFV600E, bevacizumabe confere resultado clínico superior quando comparado ao cetuximabe e, portanto, deve ser o agente biológico de escolha. Os resultados foram reportados online por Stintzing et al. no Journal of Clinical Oncology (JCO). A oncologista Anelisa Coutinho (foto) comenta os resultados.
Um teste molecular como método de rastreamento para a detecção do papilomavírus humano (HPV) demonstrou sua viabilidade e aceitação como programa de saúde pública na África subsaariana, região com uma das maiores taxas mundiais de mortes por câncer cervical. A análise foi relatada por Jessica Joseph e colegas em artigo no BMJ open. Luisa Lina Villa (foto), pesquisadora do ICESP e docente da Faculdade de Medicina da USP, comenta os resultados.
Uma possível relação entre meningioma e câncer de mama foi sugerida há 70 anos. No entanto, até o momento, nenhuma evidência conclusiva está disponível sobre este tópico. Agora, revisão sistemática e meta-análise de 51 estudos (2.238 pacientes) publicada no JAMA Network Open demonstrou que mulheres com diagnóstico de meningioma apresentavam risco significativamente maior de câncer de mama em comparação com a população em geral.
A análise do DNA tumoral circulante pode estratificar o risco de câncer em pacientes sintomáticos. É o que sugerem resultados de estudo observacional realizado no Serviço Nacional de Saúde (NHS) da Inglaterra e País de Gales, indicando que nesta primeira avaliação prospectiva em larga escala um teste de diagnóstico precoce multicâncer baseado em metilação (MCED) demonstrou viabilidade para auxiliar os médicos nas decisões sobre urgência e rota de encaminhamento da atenção primária.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma nova indicação terapêutica de sacituzumabe govitecana (Trodelvy®, Gilead Sciences), agora indicado para o tratamento de pacientes com câncer de mama RH+/HER2-negativo a partir da 3ª linha de tratamento no cenário metastático. Publicada no Diário Oficial da União (DOU) dia 19 de junho, a decisão é baseada nos resultados do estudo TROPiCS-02.
A Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) lançou uma escala específica para avaliar a magnitude do benefício clínico dos tratamentos dirigidos à oncohematologia, a exemplo da iniciativa já adotada para tumores sólidos. A nova escala (ESMO-MCBS:H) foi publicada 19 de junho no Annals of Oncology, com apoio da Associação Europeia de Hematologia (EHA).