ADAURA: Osimertinibe adjuvante aumenta sobrevida global no CPCNP
O tratamento adjuvante com osimertinibe (Tagrisso®) reduz significativamente o risco de morte em adultos com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) completamente ressecado, com mutação no EGFR (EGFRm) e doença estágio IB, II ou IIIA. É o que mostra a análise final de sobrevida global do estudo de fase 3 ADAURA apresentada em Sessão Plenária (LBA3) no ASCO 2023, com resultados que reforçam osimertinibe adjuvante como o padrão atual de tratamento para esses pacientes. O oncologista Gilberto de Castro Jr. (foto), do ICESP, comenta os resultados do estudo, publicado simultaneamente no New England Journal of Medicine (NEJM).
Dados do ensaio de fase 3 INDIGO apresentados em Sessão Plenária no ASCO 2023 e publicados simultaneamente na New England Journal of Medicine (NEJM) mostram que vorasidenib (VOR) cumpriu o principal endpoint primário de sobrevida livre de progressão radiográfica (SLPr) no tratamento de pacientes com glioma grau 2, com resultados que podem representar um novo paradigma no tratamento desses pacientes. O estudo demonstrou que a inibição de IDH com vorasidenibe atrasa significativamente o crescimento do tumor e a necessidade de terapias mais tóxicas. “É uma mudança impactante no manejo dos pacientes com gliomas de baixo grau IDH mutado”, afirma a oncologista Camilla Yamada (foto).
Pacientes com câncer de reto localmente avançado com tumores que respondem à quimioterapia neoadjuvante podem abrir mão da radioterapia com segurança, reduzindo os efeitos colaterais de curto e longo prazo e melhorando a qualidade de vida sem comprometer a eficácia do tratamento. Os resultados são do estudo de Fase 3 PROSPECT1 foram apresentados em Sessão Plenária no ASCO 2023 (LBA2), com publicação simultânea na New England Journal of Medicine (eficácia) e no Journal of Clinical Oncology (resultados relatados pelo paciente). "O estudo PROSPECT finalmente encerra uma longa discussão sobre o não-emprego de radioterapia neoadjuvante a pacientes com baixo risco de recidiva locorregional", observam os coloproctologistas Bruna Vailati e Rodrigo Perez.
O inibidor de checkpoint imune nivolumabe (Opdivo®) associado à quimioterapia reduziu significativamente o risco de progressão da doença e morte relacionada à doença em comparação com o tratamento padrão com o anti-CD30 brentuximabe (Adcetris®) mais quimioterapia em pacientes pediátricos e adultos com linfoma de Hodgkin estágio III ou IV sem tratamento prévio. Quem comenta os resultados do estudo SWOG S1826 (LBA4), apresentado na Sessão Plenária do ASCO 2023, é o hematologista Otávio Baiocchi (foto), professor e coordenador dos grupos de linfomas da UNIFESP e diretor da hematologia, onco-hematologia e terapia celular do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
A Conquer Cancer Foundation, fundação da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), anunciou os ganhadores do 2023 ASCO Annual Meeting Merit Awards. Os oncologistas brasileiros que receberam o reconhecimento esse ano foram Priscila Barreto Coelho (University of Miami Miller School of Medicine); Guilherme Nader-Marta (Institut Jules Bordet/Université Libre de Bruxelles); Adriana Kahn (Yale University); Gabriel Aleixo (Cleveland Clinic Foundation); João Paulo Solar Vasconcelos (BC Cancer, Vancouver Cancer Centre); além da estudante Laynara Vitória Vieira (Universidade Federal do Piauí). A oncologista Maria Alice Franzoi, contemplada com o Career Development Award (CDA) ano passado, está entre os pesquisadores com estudos financiados pela fundação apresentados na edição desse ano.
Estudo retrospectivo realizado por pesquisadores da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo – buscou avaliar a eficácia de supressão da função ovariana com gosserrelina trimestral em comparação com gosserrelina mensal, associada com um inibidor de aromatase, em pacientes na pré-menopausa com câncer de mama receptor de estrogênio (ER) positivo. Os resultados foram selecionados para apresentação em pôster no ASCO 2023. Daniella Audi Blotta é a primeira autora do trabalho, que tem como autor sênior o oncologista Antonio Carlos Buzaid.
Estudo global destacado no ASCO 2023 apresentou resultados da terapia celular com obe-cel em adultos com leucemia linfoide aguda recidivada ou refratária (LLA R/R), demonstrando que esta terapia CAR T cell é segura e eficaz, com taxas de resposta elevadas e duradoras nessa população de pacientes. "
O recrutamento de populações sub-representadas - minorias raciais e étnicas, mulheres, populações rurais e populações mais jovens e mais velhas - tem sido historicamente baixo na pesquisa clínica. Em 2018, a Alliance for Clinical Trials in Oncology (Alliance), iniciou uma estratégia em parceria com o National Cancer Institute (NCI) para aumentar a participação de minorias sub-representadas por raça e etnia (URMs) nos ensaios conduzidos pela Alliance. Os resultados foram tema de Poster Discussion no ASCO 2023 e demonstram o êxito da iniciativa.
Apresentado em sessão oral no ASCO 2023, o estudo SWOG S1011 demonstrou que a linfadenectomia estendida em pacientes com câncer urotelial músculo-invasivo clinicamente localizado submetidos a cistectomia radical não oferece benefício em comparação com a linfadenectomia padrão. "Este estudo se soma a outros estudos importantes em uro-oncologia ressaltando o papel limitado de grandes linfadenectomias", observa o urologista Gustavo Carvalhal (foto), chefe do serviço de Urologia da PUCRS e cirurgião do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.
A adição de olaparibe (Lynparza®) e durvalumabe (Imfinzi®) ao tratamento padrão prolongou a sobrevida livre de progressão de mulheres com câncer de ovário avançado recém-diagnosticado sem mutações BRCA, representando avanço promissor para essas pacientes. Os resultados são da análise interina de estudo randomizado de fase 3 (DUO-O) apresentado no ASCO 2023. "Sem dúvida, é um estudo importante que traz benefícios para uma população que ainda tem necessidades não atendidas", avalia a oncologista Maria Del Pilar Estevez Diz (foto).
Estudo piloto selecionado em Poster Discussion no ASCO`2023 sugere que a combinação de cemiplimabe neoadjuvante + quimioterapia com doublet de platina + cetuximabe é segura e eficaz no downstaging patológico de pacientes com carcinoma escamoso de cabeça e pescoço (HNSCC) locorregionalmente avançado (LA). A combinação levou a um notável downstaging patológico, o que permitiu reduzir a extensão da cirurgia e omitir a radioterapia adjuvante, destacam os autores. A oncologista Aline Lauda Chaves (foto), presidente do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) e médica da DOM Oncologia, comenta os resultados.