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Coberturas Especiais 2025

O estudo CheckMate 214 estabeleceu nivolumabe e ipilimumabe (NIVO+IPI) como regime padrão de primeira linha no carcinoma de células renais (RCC) avançado, com sobrevida superior e resposta durável versus sunitinibe (SUN). Estudos anteriores mostraram que altos níveis de KIM-1 circulante estão associados a pior prognóstico, enquanto a redução nos níveis de KIM-1 está associada ao benefício da imunoterapia adjuvante. Análise post-hoc apresentada no ASCO GU 2025 por Wenxin Xu (foto), do Dana-Farber Cancer Institute e da Harvard Medical School, mostrou que KIM-1 pode ser um biomarcador minimamente invasivo para monitorar pacientes em imunoterapia.

No estudo de fase III CheckMate 9ER,  a combinação de nivolumabe e cabozantinibe (N+C) mostrou benefício significativo versus sunitinibe (S) na sobrevida livre de progressão, sobrevida global e taxa de resposta de pacientes com carcinoma renal avançado sem tratamento prévio (N Engl J Med 2021). No ASCO GU 2025, Robert Motzer, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, apresentou resultados finais com acompanhamento de longo prazo (>5 anos), demonstrando que a combinação de N+C continua a favorecer todos os desfechos de eficácia, sem novos sinais de segurança. O estudo tem participação brasileira, do oncologista Carlos Barrios (foto).

As medidas existentes de qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) podem não capturar totalmente as experiências de pacientes com carcinoma de células renais (RCC) localizado e avançado. Cristiane Bergerot (foto) é primeira autora de poster selecionado para apresentação no ASCO GU 2025, com estudo que buscou desenvolver uma métrica de QVRS validada e centrada no paciente, incorporando insights de organizações de advocacy, pacientes e especialistas clínicos. Esse esforço colaborativo resultou na ferramenta FSKI-23, cuja validação está em andamento.

O papel da nefrectomia citorredutora (NC) em pacientes com carcinoma de células renais metastático (mRCC) após terapias baseadas em inibidor de checkpoint imunológico (ICI) permanece em debate. Coortes retrospectivas relataram redução nos tumores primários e nenhum tumor residual em espécimes primários (pT0), mas a relevância clínica não foi explorada. Paulo Siqueira do Amaral e Gabriel Polho (foto) participam de estudo apresentado no ASCO GU 2025 que buscou avaliar os resultados patológicos da NC após ICI, com achados que indicam que pacientes que atingiram necrose extensa parecem ter risco reduzido de progressão da doença.

O tratamento com durvalumabe combinado à gemcitabina intravesical e docetaxel sugere eficácia clínica promissora, com alta taxa de resposta completa. É o que apontam os resultados de fase 1/2 do estudo ADAPT-BLADDER (coorte 4), apresentados no ASCO GU 2025 por Noah Hahn (foto), da Johns Hopkins Scholl of Medicine.

LY3866288 é um agente experimental com atividade contra mutações de resistência adquiridas do  receptor 3 do fator de crescimento de fibroblastos (FGFR3). Dados iniciais da coorte de escalonamento de dose do estudo FORAGER-1 demonstram que o agente é bem tolerado e tem atividade clínica inclusive no câncer urotelial metastático refratário a erdafitinibe. Os resultados foram apresentados no ASCO GU 2025 por Gopa Iyer (foto), oncologista do Memorial Sloan Kettering Cancer Center.

A combinação de durvalumabe com quimioterapia (QT) à base de platina mostrou atividade promissora em pacientes com carcinoma urotelial do trato superior após nefroureterectomia radical. É o que revelam resultados de estudo de fase II apresentados no ASCO GU 2025 por Nadine Houede (foto), do Departamento de Oncologia da Universidade de Montpellier, demonstrando que a combinação resultou em alta taxa de resposta patológica completa. O estudo teve publicação simultânea no Journal of Clinical Oncology (JCO).

Andre Zambrana (na foto, à direita), residente em urologia na UNICAMP, é primeiro autor de estudo selecionado como pôster no ASCO GU 2025 que traz insights sobre biomarcadores e estratégias terapêuticas a partir da análise de amostras de tecido vesical de pacientes com câncer de bexiga. Wagner Fávaro (à esquerda), pesquisador em oncologia e nanomedicina, é autor sênior do trabalho.

A pontuação de 24 genes dos resultados da radioterapia pós-operatória (PORTOS, da sigla em inglês) pode ser utilizada para personalizar a dose de radiação para pacientes com câncer de próstata, permitindo a seleção daqueles com maior probabilidade de benefício do escalonamento de dose. O estudo foi selecionado para apresentação em sessão oral no ASCO GU 2025. Robson Ferrigno (foto), médico especialista em Radioterapia, comenta os resultados.

Dados apresentados no ASCO GU 2025 por Nicholas James (foto) apoiam ainda mais o uso de adesivos de estradiol transdérmico (tE2) como terapia de privação androgênica (ADT) no câncer de próstata. As respostas do PSA no braço tE2+ inibidores da via do receptor de andrógeno (ARPIs) foram semelhantes às de pacientes tratados com análogos do hormônio liberador do hormônio luteinizante (LHRHa) + ARPIs, como revela novo braço de análise da plataforma STAMPEDE.

O estudo TALAPRO-2 atingiu seu desfecho primário, mostrando melhor sobrevida livre de progressão radiográfica (rSLP) para a combinação de talazoparibe + enzalutamida (TALA+ENZA) vs placebo+ ENZA em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm) na coorte com deficiência de reparo de recombinação homóloga (coorte 2). No ASCO GU 2025, Karim Fizazi (foto) apresentou dados finais de sobrevida global, uma atualização da rSLP e acompanhamento de segurança estendido na coorte 2, com resultados que estabelecem TALA+ENZA como um padrão de cuidados para tratamento de primeira linha nessa população de pacientes.