Consenso SBCO: cirurgia de preservação da fertilidade no câncer do colo do útero
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) desenvolveu uma recomendação de consenso sobre o manejo conservador do câncer do colo do útero. O trabalho foi publicado no Journal of Surgical Oncology, em artigo que tem o cirurgião Glauco Baiocchi (foto) como primeiro autor.
Shanu Modi e colegas relataram análise do ensaio DESTINY-Breast04 em artigo publicado 7 de julho no New England Journal of Medicine, com resultados que reconfiguram o tratamento do câncer de mama avançado.
A metástase do câncer ocorre pela disseminação hematogênica de células tumorais circulantes (CTCs). Estudo de Diamantopoulo et al. publicado na Nature demonstra um padrão surpreendente e inesperado da dinâmica de geração de CTCs em pacientes com câncer de mama e em modelos animais (camundongos), destacando que a disseminação de CTCs com alta propensão à metástases não ocorre continuamente, mas está concentrada na fase de repouso, durante o sono.
No ensaio clínico randomizado de Fase II ENACT, o tratamento com enzalutamida em monoterapia reduziu significativamente o risco de progressão do câncer de próstata e a progressão do PSA versus vigilância ativa em pacientes com câncer de próstata localizado de baixo risco ou risco intermediário. Os pacientes que receberam enzalutamida também tiveram melhora significativa nas possibilidades de um resultado de biópsia negativo, bem como reduções significativas nos núcleos positivos para câncer e no aumento secundário nos níveis séricos de PSA em 1 ano em comparação com a vigilância ativa. Quem analisa os resultados é o oncologista Eduardo Zucca (foto).
Qual a eficácia comparativa entre diferentes métodos de tratamento para neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e morbidade reprodutiva? Estudo de revisão sistemática e meta-análise que buscou determinar os riscos de falha do tratamento e parto prematuro associados a diferentes técnicas reforça que a escolha do tratamento deve depender da idade da mulher, tamanho e localização da lesão, assim como deve considerar o planejamento familiar futuro.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso de isatuximabe (Sarclisa®, Sanofi) combinado ao regime carfilzomibe-dexametasona em pacientes com mieloma múltiplo recidivado e refratário, representando nova opção de tratamento para essa população de pacientes. A decisão da Anvisa foi publicada 11 de julho no Diário Oficial da União (DOU nº129)1 e é baseada nos resultados do estudo IKEMA2, demonstrando que a adição de isatuximabe aumentou de 1,6 para 3 anos a mediana de sobrevida livre de progressão, melhorando significativamente a profundidade da resposta.
Abordagens lideradas por agentes comunitários de saúde podem melhorar o planejamento de cuidados avançados e o gerenciamento de sintomas de pacientes com câncer, além de reduzir o uso de intervenções desnecessárias. É o que apontam resultados do estudo de Patel et al, no Jama Oncology.
A edição de julho do Lancet Oncology apresenta artigo de Teran et al., que discute barreiras que restringem o acesso a biossimilares na América Latina, especificamente para pacientes com câncer de mama e câncer colorretal. O artigo reflete um consenso de especialistas e aponta que desafios regulatórios ainda estão entre os grandes entraves para aumentar a oferta de biossimilares e o acesso aos cuidados.
Em ensaios clínicos, biópsias de medula óssea (BMO) são realizadas antes/após a terapia para confirmar a resposta completa (CR) em pacientes com linfoma. Análise relatada por Rutherford et al. no Journal of Clinical Oncology (JCO) mostrou que BMO agrega pouco valor à avaliação da resposta em indivíduos com linfoma folicular (LF) e recomenda eliminar BMO tanto do contexto de ensaios clínicos quanto das diretrizes de diagnóstico e tratamento no LF. O oncohematologista Carlos Chiattone (foto) analisa os resultados.
Análise interina pré-planejada de estudo de Fase III (AEGEAN) mostrou que o tratamento com durvalumabe (Imfinzi®, AstraZeneca) em combinação com quimioterapia neoadjuvante melhorou significativamente a resposta patológica completa (pCR) em comparação com quimioterapia neoadjuvante em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) ressecável. A adição de durvalumabe também melhorou a resposta patológica principal, sem novos sinais de segurança. O estudo continuará avaliando o endpoint co-primário de sobrevida livre de eventos (SLE).
Estudo brasileiro buscou avaliar o grau de conhecimento, atitudes e práticas de vigilância ativa para pacientes com câncer de próstata entre urologistas no Brasil. O urologista Marcelo Wroclawski é o primeiro autor do trabalho publicado na BMC Urology.
Os médicos Fernando Vannucci e Caio César Bianchi de Castro apresentam um overview da cirurgia torácica brasileira em artigo publicado no Journal of Thoracic Disease e destacam o desafio de minimizar e neutralizar as profundas disparidades existentes, tanto em termos de oferta, quanto na qualidade da assistência médica.
Estudo que buscou estabelecer a carga do câncer na África apresentou a caracterização de 34 tipos de câncer a partir das estimativas do GLOBOCAN 2020 e a associação dessa epidemiologia com a realidade socioeconômica dos países africanos. A análise também estima a ocorrência 2,1 milhões de novos casos na África em 2040, com 1,4 milhão de mortes, indicando a necessidade urgente de fortalecer e ampliar ações de controle e gerenciamento do câncer no continente africano.
Estudo do NRG Oncology/RTOG 9601 publicado por Jackson et al. no Journal of Clinical Oncology (JCO) buscou determinar o desempenho de endpoints clínicos intermediários (ECIs) como endpoints substitutos (surrogates) para sobrevida global (SG) no câncer de próstata recorrente.
Mutações em genes de reparo de recombinação homóloga (HRRm) são comuns no carcinoma urotelial (UC), tornando as células tumorais sensíveis a inibidores de PARP. Análise de Rosenberg et al. no Journal of Clinical Oncology mostrou que a adição do inibidor de PARP olaparibe ao anti PD-L1 durvalumabe não melhorou os resultados de sobrevida em uma população de pacientes com carcinoma urotelial metastático (mUC). Os resultados de eficácia com durvalumabe foram semelhantes aos relatados por outros agentes anti PD-L1, mas análises secundárias sugerem papel potencial para a inibição de PARP em pacientes com UC com HRRm.