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alice franzoiA Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) desenvolveu uma nova classificação baseada em evidências para orientar a pesquisa e a interpretação de dados de estudos sobre estratégias de de-escalonamento/desintensificação do tratamento sistêmico em oncologia. Publicado no Annals of Oncology, a ESMO framework for the risk-adapted modulation through de-intensification of cancer treatments oferece aos oncologistas, pesquisadores e tomadores de decisões regulatórias um conjunto de definições e critérios comuns para impulsionar o progresso neste campo da personalização do tratamento. A oncologista brasileira Maria Alice Franzoi (foto), médica do Gustave Roussy Cancer Campus, é coprimeira autora do trabalho.

mama5A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou a indicação de Trastuzumabe deruxtecana (ENHERTU®, Daiichi Sankyo, AstraZeneca) para pacientes com câncer de mama metastático HER2 positivo previamente tratados com um agente anti-HER2. A aprovação foi anunciada 4 de maio e é baseada nos resultados do ensaio DESTINY-Breast03, mostrando que trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) reduziu o risco de progressão da doença ou morte em 72% versus trastuzumab emtansine (T-DM1).

A sequência reversa de tratamento com quimioterapia neoadjuvante, radioterapia pré-operatória, mastectomia e reconstrução mamária imediata pode ser uma proposta para pacientes selecionadas com câncer de mama localmente avançado. No entanto, poucos estudos a compararam com a sequência padrão de QT neoadjuvante, mastectomia e radioterapia com ou sem reconstrução diferenciada. Agora, estudo publicado no European Journal of Surgical Oncology compara a sobrevida global e sobrevida livre de recorrência de pacientes com câncer de mama tratadas com sequência reversa em comparação com a técnica padrão. Os resultados são tema do PODCAST Onconews, com apresentação de Silvio Bromberg e Daniel Gimenes. Nesta edição, os especialistas também discutem trabalho publicado no Annals of Surgical Oncology que avalia o impacto da adesão à terapia endócrina nos resultados de pacientes idosas com câncer de mama em estágio inicial submetidas a lumpectomia sem radioterapia. Confira. 

camilla yamada lacog BXEstudos de perfis genômicos de gliomas difusos levaram a novos esquemas de classificação que predizem melhor os resultados dos pacientes em comparação com a histomorfologia convencional. Agora, Zhang et al. mostram em artigo na Neuro-Oncology como o perfil genômico tem impacto clínico em pacientes com glioma astrocítico difuso do tipo IDH selvagem sem características histológicas de alto grau. A oncologista Camilla Yamada (foto), da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, comenta os resultados.

juliano coelho 22O oncologista Juliano Coelho (foto) é primeiro autor de estudo de coorte retrospectivo multi-institucional (GBOT-LACOG 0417) que buscou descrever uma coorte de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas com metástases cerebrais tratados em centros de câncer públicos e privados no Brasil, as diferenças entre a apresentação dos pacientes, tratamento e resultados. O trabalho foi publicado no JCO Global Oncology.

elisabeteA epidemiologista brasileira Elisabete Weiderpass (foto), diretora da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC/WHO), é ultima autora de artigo publicado na Nature Medicine, em acesso aberto, que descreve cinco prioridades para a pesquisa do câncer em países de baixa e média renda, com base nas necessidades atuais e projetadas. “Várias lacunas precisam ser abordadas para promover pesquisas regionalmente relevantes, e é necessário repensar radicalmente questões específicas do tratamento do câncer nessas regiões”, defendem os autores. O trabalho conta com a participação de Victor Piana de Andrade, diretor geral do A.C.Camargo Cancer Center.

leandro luongo matos 2021 bxEstudo retrospectivo incluindo sete centros brasileiros buscou avaliar a acurácia e os resultados oncológicos da biópsia do linfonodo sentinela em pacientes com carcinoma espinocelular (CEC) inicial de lábio e cavidade oral em um cenário de mundo real. Os resultados foram publicados no periódico Head & Neck, em artigo que tem Leandro Luongo de Matos (foto), professor livre docente e chefe do grupo de boca e orofaringe da disciplina de cirurgia de cabeça e pescoço da FMUSP, como primeiro autor. O cirurgião oncológico Luiz Paulo Kowalski, diretor do Núcleo de Cabeça e Pescoço do A.C.Camargo Cancer Center, é o autor sênior do trabalho.

jose mauricio 21 bxAnálise final pré-especificada de sobrevida global publicada no Journal of Clinical Oncology (JCO) demonstrou que a combinação de enzalutamida e ADT prolonga significativamente a sobrevida em comparação com placebo mais ADT em homens com câncer de próstata metastático hormônio-sensível, incluindo subgrupos clinicamente importantes. José Mauricio Mota (foto), chefe do grupo de tumores geniturinários (oncologia clínica) do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP-FMUSP) e oncologista titular da Oncologia D’Or, comenta os resultados.

casal bergerot 2021Os brasileiros Cristiane Decat Bergerot (foto) e Paulo Bergerot são autores de editorial1 publicado na European Urology Oncology (EUO) que discute dados de qualidade de vida relacionada à saúde (HR-QOL) do ensaio CheckMate 274, tema de artigo de Witjes e colegas2 na mesma edição do EUO. O editorial tem como autor sênior o oncologista Sumanta K. Pal, do City of Hope Comprehensive Cancer Center.

rodrigo perez 2021 bxResultados do estudo OPRA (Organ Preservation in Patients With Rectal Adenocarcinoma Treated With Total Neoadjuvant Therapy) publicados por Garcia-Aguilar e colegas no Journal of Clinical Oncology (JCO) demonstraram que a preservação do órgão é factível em metade dos pacientes com câncer de reto tratados com terapia neoadjuvante total, sem comprometer os resultados de sobrevida em comparação com controles históricos tratados com quimiorradioterapia, excisão total do mesorreto e quimioterapia pós-operatória. Quem analisa os resultados é o cirurgião colorretal Rodrigo Oliva Perez (foto), médico do Instituto Angelita e Joaquim Gama.

dan waitzberg 21Artigo de Hurst et al. publicado 18 de abril no European Urology Oncology conclui que cinco tipos de bactérias podem estar ligados ao câncer de próstata de alto risco e foram comuns em amostras de urina e tecidos de homens com câncer de próstata agressivo. Esse trabalho pioneiro aponta, em mais de 600 pacientes com câncer de próstata, a existência de novos gêneros e espécies bacterianas específicas no tecido prostático e na urina. Esta importante contribuição enriquece e reforça o conhecimento científico sobre as interações entre microbiota e câncer”, avalia Dan Waitzberg (foto), professor associado do departamento de Gastroenterologia da FMUSP e Diretor científico da Bioma4me.

Estudo publicado no Lancet Oncology relata dados de sobrevida em 5 anos do estudo WSG-ADAPT-HER2+/HR, que avalia o de-escalonamento do tratamento neoadjuvante em pacientes com câncer de mama precoce HER2-positivo, HR-negativo, abordando o efeito da resposta patológica completa, resposta terapêutica precoce e subtipo molecular. O trabalho está em pauta no PODCAST ONCONEWS, com apresentação de Silvio Bromberg e Daniel Gimenes. Os especialistas discutem ainda os resultados de longo prazo do Danish Breast Cancer Group Internal Mammary Node Study, que avalia a irradiação dos linfonodos de cadeia mamária interna em pacientes com câncer de mama precoce linfonodo positivo. Confira.

filomena 21 bxO anticorpo droga conjugado trastuzumabe deruxtecana (Enhertu®, da AstraZeneca e Daiichi Sankyo), recebeu nova Designação de Terapia Inovadora da agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA), desta vez para o tratamento de pacientes com câncer de mama HER2-low irressecável ou metastático (IHC 1+ ou IHC 2+ /ISH-negativo) que receberam uma terapia sistêmica prévia no cenário metastático ou tiveram recorrência da doença durante a adjuvância ou dentro de seis meses após a conclusão da quimioterapia adjuvante. “Esta importante decisão favorece uma fração significativa de pacientes, visto que a categoria HER2-low corresponde a praticamente metade dos casos de câncer de mama, dos quais cerca de 20% são RH-negativo1”, afirma a patologista Filomena Carvalho (foto), Professora Associada e Livre-docente do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP.

azambuja ok bxEstudo de vida real que avaliou padrões de tratamento e resultados de pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo de acordo com a idade mostrou que mulheres mais velhas receberam tratamento padrão de primeira linha com menos frequência do que as pacientes mais jovens. A análise foi publicada por Annonay et al. no periódico The Breast, com diferenças associadas a pior sobrevida global e livre de progressão para tratamentos não padrão. “Sabemos hoje que a idade biológica não deve ser um fator determinante para definir tratamentos”, observa o oncologista Evandro de Azambuja (foto), do Instituto Jules Bordet, na Bélgica.

Duilio Rocha 2020 ok 2Um novo agente experimental, o anti PD-1 tislelizumabe mostrou benefício de sobrevida global (SG) no tratamento de pacientes com carcinoma de células escamosas de esôfago (ESCC) irressecável, localmente avançado, recorrente ou metastático, sem tratamento prévio. É o que mostram os dados da análise interina do ensaio randomizado de Fase 3 (RATIONALE 306), confirmando que tislelizumabe mais quimioterapia atingiu o principal endpoint e melhorou significativamente a SG em comparação com a quimioterapia isolada nessa população de pacientes, independentemente da expressão de PD-L1. Quem analisa os resultados é o oncologista Duilio Rocha Filho (foto), chefe do Serviço de Oncologia Clínica do Hospital Universitário Walter Cantídio (UFC-CE) e membro do Conselho Científico do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG).

juliana florinda rêgo 22 bxPemigatinib, um inibidor seletivo do receptor do fator de crescimento de fibroblastos (FGFR) 1-3 mostrou novos dados de eficácia e segurança, agora em estudo de Fase I/II que avaliou o agente como monoterapia ou em terapia combinada, para pacientes com tumores avançados e refratários ao padrão de cuidados, com e sem alterações no gene do fator de crescimento de fibroblastos (FGF) e de seu receptor (FGFR). Os resultados foram publicados na edição de maio do Annals of Oncology (FIGHT-101) e indicam que pemigatinib foi seguro e mostrou atividade clínica em um amplo espectro de tumores com rearranjos e/ou mutações do FGFR, especialmente em colangiocarcinomas. Juliana Florinda Rego (foto), oncologista do Hospital Universitário Onofre Lopes (UFRN) e da Clínica Oncocentro/AMO, e diretora do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), comenta o trabalho.