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Coberturas Especiais

Resultados do ensaio ROME relatados no ESMO 2024 demonstram que uma abordagem de tratamento baseada no perfil mutacional e na discussão de um Molecular Tumor Board (MTB) melhora significativamente a taxa de resposta e a sobrevida livre de progressão em comparação com o padrão de tratamento em pacientes com tumores sólidos metastáticos pré-tratados.

A oncologista Rachel Riechelmann (foto), Diretora de Oncologia e Líder do Centro de Referência de Tumores Neuroendócrinos do A.C.Camargo Cancer Center, é primeira autora de estudo selecionado para apresentação em pôster no ESMO 2024 que avaliou a eficácia do everolimus em doses mais baixas em pacientes com tumores neuroendócrinos avançados. “Nossos resultados mostraram resultados semelhante entre as doses, com menos toxicidade e custo reduzido”, destacam os autores.

Estudo brasileiro buscou caracterizar os fatores associados a uma sobrevida global inferior a 90 dias em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas com performance status 2 a 4. O estudo é fruto da tese de doutorado de Ana Paula Borges (foto), médica especializada em cuidados paliativos, e foi apresentado na sessão de pôster do ESMO 2024 pelo oncologista Gilberto de Castro Júnior, orientador do trabalho.

Análise expandida do estudo AEGEAN sugere que a ausência de clearence de ctDNA precoce pode identificar pacientes com câncer de pulmão de células ressecável com pouca probabilidade de atingir resposta patológica completa. Os resultados foram apresentados por Martin Reck (foto), chefe do Departamento de Oncologia Torácica da Clínica Pulmonar Grosshansdorf, Alemanha, em sessão mini-oral no ESMO 2024.

O  GigaPath, um modelo baseado em inteligência artificial (IA), promete acelerar o progresso da pesquisa em patologia digital. A plataforma é totalmente aberta, incluindo o código-fonte, e foi um dos destaques do Simpósio Presidencial 3 do ESMO 2024 (Eyes to the future), em apresentação do patologista Carlo Bifulco (foto). “Estamos diante de uma nova era. A patologia computacional vai transformar o diagnóstico do câncer”, sinalizou.

A terapia neoadjuvante total (TNT) seguida por cirurgia retal é o padrão de tratamento para câncer retal localmente avançado (LARC, na sigla em inglês) em pacientes com proficiência de reparo de incompatibilidade (pMMR). Resultados do estudo multicêntrico de fase II NO-CUT apresentados no ESMO 2024 mostram que a pesquisa atingiu seu principal desfecho, confirmando que o acompanhamento intensivo pode ser proposto como alternativa à cirurgia retal em pacientes que atingem resposta clínica completa após TNT.

No estudo de fase 3 HIMALAYA, o regime STRIDE (Single Tremelimumab Regular Interval Durvalumab) melhorou significativamente a sobrevida global (SG) versus sorafenibe em pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável (Abou-Alfa et al. NEJM Evid 2022) e demonstrou sobrevida durável, com taxa de SG em 4 anos de 25,2% (Sangro et al. Ann Oncol 2024). No ESMO 2024 foram apresentados os resultados de SG em 5 anos, demonstrando que o uso combinado de tremelimumabe e durvalumabe mais que dobrou a taxa de SG em 5 anos em relação a sorafenibe (19,6% vs 9,4%) nessa população de pacientes.

Na região norte do Brasil, especificamente no estado do Amazonas, o câncer gástrico (CG) é a segunda principal causa de morte. A cirurgia de remoção do estômago continua sendo o tratamento padrão ouro para câncer gástrico, impactando significativamente a microbiota humana. Certas bactérias, como H. pylori, podem modificar o ambiente gástrico, levando à disbiose potencialmente associada à progressão do tumor. Estudo de Ábner Paz (foto) e colegas, que buscou correlacionar o perfil da microbiota intestinal com CG em pacientes gastrectomizados do Amazonas/Brasil, mostrou no ESMO 2024 resultados que indicam o gênero Alloprevotella como potencial biomarcador para CG na coorte avaliada.

No estudo LAURA, osimertinibe aumentou a sobrevida livre de progressão (SLP) de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) irressecável, estágio III, com mutação de EGFR, sem progressão após quimiorradioterapia definitiva, com benefício clínico e estatisticamente significativo. No ESMO 2024 novos dados demonstram que osimertinibe diminuiu o risco de progressão ou morte por metástases cerebrais (HR =0,17) e aumentou significativamente a SLP nessa população de pacientes.

Apresentado em sessão plenária no ESMO 2024, o estudo de Fase 3 NIAGARA mostrou que durvalumabe perioperatório combinado com quimioterapia neoadjuvante resultou em melhorias significativas na sobrevida livre de eventos e na sobrevida global em comparação com a quimioterapia neoadjuvante isoladamente em pacientes com com câncer de bexiga músculo-invasivo resecável. “Este novo esquema de tratamento é uma potencial nova opção padrão para o tratamento dessa poúlação de pacientes”, afirmou Ariel Kann (foto), oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e coautor do trabalho, que teve publicação simultânea na New England Journal of Medicine (NEJM).

Em pacientes com câncer de mama metastático receptor hormonal positivo (RH+), HER2-low ou HER2-ultralow que receberam uma ou mais linhas de terapia endócrina, o tratamento com trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) resultou em uma sobrevida livre de progressão mais longa em comparação com a quimioterapia padrão. Os resultados são do ensaio de Fase 3 DESTINY-Breast06, apresentado no ESMO 2024 e publicado simultaneamente na New England Journal of Medicine (NEJM), em artigo com participação do oncologista brasileiro Carlos Barrios (foto).