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A taxa de incidência de câncer entre homens e mulheres é uma medida valiosa na epidemiologia e cada vez mais as diferenças sexuais na carga do câncer, a chamada  metodologia da razão sexual, é empregada para comparar dados, explorar diferenças e compreender a variabilidade do câncer. O cirurgião oncológico Wilson Luiz da Costa (foto) é coautor de editorial da Frontiers in Oncology que apresenta diferentes pesquisas publicadas sobre o tema, em trabalho que tem como primeiro autor Syed Raza, pesquisador da Universidade de Pittsburgh.

O estudo original do RTOG 0617 foi prospectivo, aleatorizado, fase 3, com estrutura 2 x 2, investigando o impacto em sobrevida global de pacientes com tumores de pulmão não células não pequenas estádios III e dose padrão de radioterapia (60Gy em 30 frações) ou alta dose (74Gy em 37 frações), com ou sem Cetuximab em ambos os braços, além de quimioterapia com Paclitaxel e Cisplatina1.

A União Europeia aprovou o uso de osimertinibe (Tagrisso®, Astrazeneca) associado à quimioterapia à base de platina no tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas localmente avançado ou metastático com mutação de EGFR (deleção do éxon 19 ou mutação no L858R). A decisão é baseada nos resultados do estudo randomizado de Fase 3 FLAURA2, publicado na New England Journal of Medicine (NEJM).

Estudo publicado no periódico Frontiers in Oncology enfoca o suporte nutricional em pacientes com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço e seu impacto nos resultados, prognóstico e qualidade de vida, com ênfase no papel da equipe multidisciplinar. “A heterogeneidade dos estudos com foco na desnutrição, caquexia e sarcopenia em pacientes com câncer de cabeça e pescoço impacta negativamente a difusão e a adesão às diretrizes atuais”, avaliam os autores.

O tromboembolismo venoso está associado à morbidade e mortalidade significativas do paciente e pode levar a atrasos no tratamento do câncer. Revisão sistemática com meta-análise demonstra incidência de 10% de tromboembolia venosa em pacientes com câncer de ovário avançado recebendo quimioterapia neoadjuvante, sugerindo papel para a tromboprofilaxia universal nesta população. A oncologista Maria Del Pilar Estevez Diz (foto) analisa os resultados.

A exposição a crimes violentos está correlacionada com a sinalização de glicocorticoides e a mudanças na expressão gênica do câncer de pulmão, sugerindo que as condições sociais têm consequências biofísicas e estão fortemente associadas ao aumento da agressividade tumoral. É o que aponta estudo publicado na Cancer Research Communications, com achados que contribuem para ampliar a compreensão das disparidades do câncer de pulmão no contexto norte-americano.

A traquelectomia vaginal radical é um tratamento de preservação da fertilidade para pacientes com câncer cervical inicial. Estudo prospectivo, que constitui a maior série de casos (n= 471) com o acompanhamento mais longo (mediana de 13 anos) relatado até o momento, confirma a segurança oncológica da traquelectomia vaginal radical, associada a altas taxas de gravidez, com resultados de sobrevida livre de doença (96%) e sobrevida global (98%) equivalentes aos da histerectomia radical. Glauco Baiocchi (foto), líder do Centro de Referência em Tumores Ginecológicos do AC Camargo Cancer Center, comenta o estudo.

O cirurgião do aparelho digestivo Willy Petrini Souza (foto), médico do Hospital das Clínicas da FMUSP, é primeiro autor de estudo publicado no Journal of Surgical Oncology que avaliou a frequência do envolvimento linfonodal de acordo com as categorias eCura, um sistema de pontuação para estratificar a curabilidade após dissecção endoscópica em pacientes com câncer gástrico inicial.

Um novo volume da série dedicada à prevenção do câncer e produzida pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) já está disponível online, desta vez com foco na redução ou cessação do consumo de bebidas alcoólicas. Estimativas indicam que 741.300 novos casos de câncer foram atribuídos ao consumo de álcool em 2020,  representando globalmente 4,1% de todos os novos casos de câncer, 6,1% entre homens e 2,0% entre mulheres.

A Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) lançou um apelo por ações urgentes, tanto na União Europeia quanto nos níveis nacionais, para salvaguardar o futuro da pesquisa em câncer na Europa. “Centenas de ensaios estão sendo adiados na Europa por consequências não intencionais do IVDR (In Vitro Diagnostics Medical Devices Regulation), que representam uma ameaça ao papel da Europa como líder na pesquisa oncológica global”.

Estudo publicado no The Breast avaliou os fatores associados à não persistência à terapia endócrina em 5 anos, trazendo dados de qualidade de vida e sintomas em mulheres jovens (≤40 anos) com câncer de mama receptor hormonal positivo. “Embora a idade mais jovem tenha sido negativamente associada à persistência à terapia endócrina adjuvante, os fatores que contribuem para essa não persistência permanecem pouco compreendidos”, observaram os autores.

As evidências demonstram que a atividade física traz uma série de benefícios aos pacientes com câncer. Apesar disso, artigo publicado no ESMO Open relata que cerca de 48% dos pacientes com câncer entrevistados afirmaram que seus oncologistas nunca abordaram o tema em suas consultas, e apenas 10% foram encaminhados para serviços dedicados à prática de exercícios.

A terapia com o radioligante 177Lu-PSMA-617 pode oferecer benefício clínico e estatisticamente significativo de sobrevida livre de progressão radiográfica em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração e virgens de taxano, como demonstra estudo apresentado por Oliver Sartor (foto), da Mayo Clinic, destacado como "Abstract of the year", na reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Nuclear e Imagem Molecular (SNMMI).

Pesquisa realizada no Hospital de Câncer de Barretos mostrou a viabilidade de identificar Fusobacterium nucleatum (foto) no teste imunoquímico fecal (FIT) como potencial biomarcador não invasivo para detecção de câncer colorretal e adenoma avançado, a partir do PCR digital de gotículas (ddPCR). A análise indica alta sensibilidade (100%) e confirma o potencial dessa estratégia para melhorar o rendimento diagnóstico da triagem por FIT.

Maria Auxiliadora de Paula Carneiro Cysneiros, da Divisão de Suporte Diagnóstico e Terapêutico do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), é autora correspondente de estudo que analisa o ambiente imune do adenocarcinoma pancreático e sua associação com características clínicas e patológicas. Além da UFG, o trabalho tem participação de pesquisadores da UNIFESP e da USP de Ribeirão Preto, com resultados que trazem novos insights sobre os desafios terapêuticos no adenocarcinoma pancreático, demonstrando como células imunes e moléculas imunoinibitórias impactam sua evolução e prognóstico.

Revisão de pesquisadores brasileiros destaca que os cânceres colorretal, oral, pancreático, pulmonar e gastrointestinal têm associações consistentes com a doença periodontal, enfatizando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar de saúde. O trabalho foi publicado por Alice Villar (foto) e colegas na Cancer Epidemiology (Volume 91) e sublinha o potencial da terapia periodontal para reduzir o risco de câncer, especialmente o de próstata.

Estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia com pacientes que tiveram recorrência após cirurgia conservadora de mama para tratamento primário do carcinoma lobular invasivo estágio I–III identificou que a maioria das recorrências locais não foi detectada pela mamografia de vigilância. A taxa de câncer de intervalo foi significativamente maior no grupo de vigilância mamográfica em comparação com o grupo de vigilância por ressonância magnética (61,9% vs. 16,7%; p < 0,001), apoiando a necessidade de novas estratégias para o seguimento dessas pacientes.