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Estudo liderado por pesquisadores da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) e publicado no JAMA avaliou se a incidência de câncer em estágio avançado pode ser um endpoint alternativo em ensaios clínicos randomizados de rastreamento do câncer, ao invés da mortalidade câncer específica, até hoje considerado o endpoint padrão-ouro. Os resultados têm implicações para ensaios clínicos de rastreio multi-câncer. O médico epidemiologista Arn Migowski (foto) analisa os principais achados.  

Em 2020, o câncer de bexiga foi o sétimo câncer mais prevalente no mundo e projeções a partir de dados da GLOBOCAN indicam prevalência em 5 anos de mais de 1,7 milhão de casos. Estudo de Wéber et al. publicado na World Journal of Urology estima que a taxa de mortalidade por câncer de bexiga pode triplicar entre as mulheres até 2040, destacando tendências opostas de mortalidade por gênero e necessidades urgentes de intervenções globais.

Em pacientes com câncer hospitalizados com dor moderada a intensa relacionada ao câncer e/ou ao tratamento oncológico, a realidade virtual proporcionou maior alívio não farmacológico da dor em comparação com o controle ativo, com manutenção desse benefício por muito tempo após a conclusão da intervenção. É o que demonstra estudo publicado na Cancer, periódico da American Cancer Society (ACS).

Revisão sistemática e meta-análise investigou a prevalência da deficiência de vitamina B12 e seus sintomas em pacientes com câncer gástrico (CG) submetidos à gastrectomia. “A deficiência de nutrientes é uma das complicações comuns em pacientes submetidos à gastrectomia, principalmente aquelas vitaminas e minerais absorvidos no estômago ou por substâncias do suco gástrico, como a vitamina B12”, observam os autores em artigo publicado no European Journal of Cancer Prevention.

O tratamento de manutenção com olaparibe está associado a maior sobrevida em pacientes com tumores de câncer de ovário com perfil genômico BRCA-like previamente estabelecido? Análise secundária do ensaio clínico randomizado PAOLA-1 sugere que o classificador BRCA-like pode ser utilizado como biomarcador para terapia de manutenção com olaparibe. Os resultados foram publicados no JAMA Network Open.

Resultados iniciais de um estudo de dois anos, apresentado no congresso da Associação Europeia de Urologia em Paris, sugerem que não há risco aumentado de recorrência em pacientes que fizeram um teste de biomarcador urinário em vez de uma cistoscopia flexível padrão como estratégia de seguimento após a cirurgia do câncer de bexiga. A nova pesquisa é a primeira a avaliar um teste de biomarcador urinário em pacientes de alto risco através de um estudo randomizado e controlado.

Resultados atualizados do estudo TOPAZ-1 de Fase III mostraram que durvalumabe (Imfinzi®, da AstraZeneca) em combinação com a quimioterapia padrão demonstrou benefício clinicamente significativo na sobrevida global (SG) a longo prazo para pacientes com câncer do trato biliar avançado. Esses resultados são o acompanhamento de sobrevida mais longo já relatado para um estudo global randomizado de Fase III neste cenário.

Não há consenso sobre o tratamento de segunda linha de pacientes com neoplasias neuroendócrinas progressivas de alto grau (NENs G3) e carcinoma neuroendócrino pulmonar de grandes células, que geralmente apresentam status de desempenho ruim e baixa tolerância à terapia combinada. Resultados de ensaio de fase II sugerem a eficácia e segurança de temozolomida intermitente em pacientes com NENs G3 avançados pré-tratados com platina.

A 39ª edição do congresso da Associação Europeia de Urologia (EAU) destacou novos achados sobre a triagem do câncer de próstata, mostrando que um simples exame de sangue a cada cinco anos é suficiente para rastrear homens de baixo risco. Os resultados foram apresentados por Peter Albers, do Departamento de Urologia da Heinrich-Heine University Düsseldorf, em estudo com publicação simultânea na European Urology.

A adição de 177-Lu à enzalutamida melhorou a sobrevida livre de progressão do PSA no câncer de próstata metastático resistente à castração, fornecendo evidências de maior atividade anticancerígena em pacientes com fatores de risco para progressão precoce com enzalutamida. Os resultados são de estudo de Emmett et al. publicado no Lancet Oncology.

Leandro Luongo Matos (foto), do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, é o primeiro autor das diretrizes latino-americanas para o cuidado de pacientes com câncer de cabeça e pescoço, publicadas no JCO Global Oncology. O consenso apresenta evidências do manejo do carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço, considerando a disponibilidade de recursos e o benefício oncológico.

Estudo do Gynecologic Oncology Group (GOG-279) destacado em 2023 no congresso anual da Sociedade de Oncologia Ginecológica mostrou que cisplatina e gencitabina semanais concomitantes com IMRT melhoraram a resposta patológica completa em mulheres com carcinoma espinocelular vulvar irressecável. Os resultados estão agora em artigo de Horowitz et al. no Journal of Clinical Oncology (JCO). “O estudo GOG279 tem o potencial de mudar nossa prática clínica no tratamento do câncer de vulva localmente avançado”, diz Eduardo Paulino (foto), oncologista do INCA, que comenta os principais achados.

O câncer de próstata é o câncer mais comum nos homens em 112 países. A Comissão Lancet em Câncer de Próstata, constituída para propor estratégias capazes de minimizar a carga da doença – especialmente em países de baixa e média renda - apresenta projeções de casos de câncer de próstata em 2040, com base nas alterações demográficas e no aumento da expectativa de vida. O brasileiro Daniel Herchenhorn (foto) integra a Comissão.

A superexpressão das oncoproteínas E6 e E7 do papilomavírus humano (HPV) é necessária para a carcinogênese cervical induzida pelo HPV e, portanto, essas oncoproteínas são promissores biomarcadores para a detecção do câncer cervical. Estudo de Downham et al. avaliou as características técnicas e operacionais do teste OncoE6/E7 em mulheres HPV-positivas que vivem com e sem HIV em países de baixa e média renda, com achados que justificam a necessidade de refinar o teste de oncoproteínas antes de sua implementação nas abordagens de triagem e tratamento. Adeylson Guimarães Ribeiro, diretor adjunto de Informação e Epidemiologia da Fundação Oncocentro de São Paulo, comenta os resultados.