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Estudo liderado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) mostra que proibir a venda de tabaco para pessoas nascidas entre 2006 e 2010 poderia prevenir 1,2 milhão de mortes por câncer de pulmão até 2095. O trabalho tem participação de Paulo César Rodrigues Pinto Corrêa (foto), da Universidade Federal de Ouro Preto, e é um dos primeiros estudos a avaliar o impacto da eliminação do tabaco como parte de uma nova estratégia, conhecida como iniciativa da geração sem tabaco, que pretende reduzir drasticamente as taxas de tabagismo, eliminando gradualmente as vendas de tabaco com base nas datas de nascimento para, em última análise, prevenir o tabagismo entre as gerações mais jovens.

Diferentes evidências associam a obesidade ao aumento do risco de câncer. Agora, estudo de Eduardo Botti Abbade (foto) publicado na Public Health mostra que a prevalência da obesidade no Brasil implica altos custos diretos e indiretos para a saúde pública. A análise mostra que o aumento de 1 ponto no IMC populacional leva a um aumento anual de US$ 62 milhões em novas internações hospitalares, enquanto o aumento de 1% na taxa de obesidade do Brasil adiciona US$ 12,3 milhões por ano em novas internações hospitalares no sistema público de saúde. Cada aumento de 1 ponto no IMC populacional pode custar ao governo brasileiro R$ 387,3 milhões a mais anualmente em 23 doenças não transmissíveis relacionadas à obesidade, entre elas o câncer.

Pesquisadores da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) publicaram uma série de estudos explorando o impacto da vacinação de dose única contra o papilomavírus humano (HPV) para avançar na prevenção do câncer cervical, principalmente em países com recursos de saúde limitados. Os resultados estão em edição especial do Journal of the National Cancer Institute Monographs e são destaque da 36ª Conferência Internacional do Papilomavírus (IPVC 2024) em Edimburgo, Reino Unido. A experiência brasileira está entre os trabalhos selecionados. “Esses estudos podem desempenhar papel importante no avanço da Iniciativa de Eliminação do Câncer Cervical da Organização Mundial da Saúde (OMS), abordando lacunas na compreensão das melhores práticas para o controle do câncer cervical em ambientes com recursos limitados”, analisa a IARC.

O oncologista Antonio Carlos Buzaid, diretor médico geral do Centro de Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, faz, em vídeo, uma revisão de importantes estudos sobre câncer de mama apresentados nos congressos da ASCO, ESMO Breast e ESMO, em 2024. “Temos uma série de dados importantes de trastuzumabe deruxtecana (T-DXd), de qualidade de vida, de eficácia no DESTINY-Breast03, de respostas prolongadas principalmente em pacientes com resposta completa menos pré-tratados, mostrando, por fim, uma robusta atividade no sistema nervoso central (SNC) na doença HER2-positivo”, destaca Buzaid. Ele enfatiza ainda que o resultado de sobrevida livre de progressão no subgrupo com metástase em SNC nunca foi visto antes com outra molécula. Assista.

Dados da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP) mostram que 114.566 casos de câncer de próstata foram contabilizados nos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) do Estado de São Paulo, de 2000 a 2020. “Mais uma vez estamos falando do impacto da disparidade socioeconômica na carga do câncer, e isso ocorrendo na região mais desenvolvida do País”, diz Adeylson Guimarães Ribeiro (foto), Diretor Adjunto da FOSP. A série histórica foi publicada como parte do “Novembro Azul”, o mês da conscientização da saúde do homem, e mostra que o estadiamento avançado do câncer de próstata decresce com o aumento da escolaridade, evidenciando desigualdades históricas no acesso à Saúde.

Várias diretrizes enfatizam a necessidade de atendimento abrangente centrado na pessoa, incluindo intervenções psicossociais, nutricionais e de atividade física antes, durante e depois do tratamento do câncer. Em artigo no JCO Global Oncology, Cristiane Bergerot (foto) e colegas revisam as recomendações estabelecidas para avaliar as necessidades de atendimento de suporte em pacientes com câncer e discutem os recursos disponíveis, particularmente a telessaúde, com o objetivo de otimizar a prestação de cuidados e garantir assistência personalizada ao paciente durante a sua jornada contra o câncer.

No adenocarcinoma ductal pancreático avançado (ADP), a quimioterapia de primeira linha é o padrão de tratamento. Diante da ausência de comparações diretas de ensaios clínicos, revisão sistemática e meta-análise de Mastrantoni et al. comparou as opções de tratamento para ADP em termos de eficácia e toxicidade, com resultados sugerindo NALIRIFOX e FOLFIRINOX como regimes preferenciais para pacientes com tumor irressecável, localmente avançado ou metastático.

Estudo publicado no Cancer Epidemiology Biomarkers & Prevention examinou as associações diretas do uso de cannabis, álcool e o uso conjunto de ambas as substâncias com fatores de risco cardiometabólicos em sobreviventes de câncer, explorando as disparidades por raça/etnia e sexo. “Sobreviventes de câncer apresentam risco aumentado de comorbidades cardiometabólicas após o tratamento do câncer, que podem ser ainda mais exacerbadas pelo uso de cannabis e álcool”, destacam os autores.

O estudo OPERA demonstrou que um reforço de 50 kV de braquiterapia por raios X de contato associada à quimiorradioterapia neoadjuvante pode aumentar a taxa de preservação do órgão em pacientes com adenocarcinoma do reto médio-baixo com doença inicial. Agora, dados de longo prazo confirmam o benefício, demonstrando que a taxa de preservação do órgão em 5 anos foi altamente significativa em favor do braço tratado com reforço de braquiterapia de raios X de contato versus reforço de radioterapia de feixe externo: 56% vs 79% (p=0,004).

Mudanças climáticas, poluição e perda de biodiversidade são questões centrais do nosso tempo. Editorial de Lynch et al. no JCO Oncology Practice analisa o significado dessa tripla crise planetária  para os pacientes de câncer e para os profissionais de saúde envolvidos na pesquisa e assistência. “Analogamente ao tratamento do câncer, quanto maior e mais diversa for a comunidade envolvida na integração da sustentabilidade, maiores serão seus benefícios”, argumentam os autores.

Revisão sistemática e meta-análise avaliando a eficácia e a segurança dos inibidores de PD-1/PD-L1 no carcinoma de células de Merkel  (MCC) revela que pacientes com MCC tratados com bloqueio de PD-1/PD-L1 apresentaram respostas duráveis, ​​com desfechos de sobrevida contínuos e clinicamente significativos. Os resultados estão na BMC Cancer, em artigo que tem como primeiro autor o pesquisador Francisco Cezar Aquino de Moraes (foto), da Universidade Federal do Pará.