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Em artigo no ESMO Open, Muneer et al. fornecem recomendações para diagnóstico, estadiamento, tratamento e acompanhamento do câncer de pênis. As recomendações têm a chancela da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) e da EURACAN, grupo constituído com foco em tumores sólidos raros, refletindo dados científicos disponíveis e a opinião de consenso dos autores. A diretriz de prática clínica também incorpora algoritmos para o tratamento de tumores penianos primários e linfonodos inguinais.

Para melhorar a sobrevida de idosos com câncer e comorbilidades, o envelhecimento e as comorbilidades devem ser considerados em conjunto e incorporados em todas as etapas da pesquisa em câncer. A recomendação vem de artigo publicado no Journal of the National Cancer Institute (JNCI) que destaca insights de uma série de webinars organizados pelo Instituto Nacional do Câncer (NCI).

Meta-análise realizada por pesquisadores da Liga Contra o Câncer, com participação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, buscou avaliar as características clínicas de pacientes com linfoma de Hodgkin vivendo com HIV (HIV-HL) durante a era da terapia antirretroviral combinada. “Nossos achados indicam que pacientes com HIV-HL apresentaram sobrevida global de 92% em 2 anos, embora a SG tenha diminuído para 79% em 5 anos”, destaca o trabalho, que tem como primeiro autor o pesquisador Amaxsell Thiago B. de Souza (à esq) e como autor correspondente Kleyton Medeiros (foto), Gerente de Pesquisa da Liga Contra o Câncer.

O novo regime de brentuximabe vedotina, etoposídeo, ciclofosfamida, doxorrubicina, dacarbazina e dexametasona (BrECADD) melhorou a relação risco-benefício no tratamento de linfoma de Hodgkin clássico em estágio avançado após dois ciclos de quimioterapia sistêmica. Os resultados estão em artigo de Borchmann et al., no Lancet, e mostram que BrECADD guiado por PET teve eficácia superior nessa população de pacientes em relação à sobrevida livre de progressão (SLP) e melhor tolerabilidade em termos de mortalidade relacionada ao tratamento na comparação com eBEACOPP.  O oncologista e oncogeneticista Bernardo Garicochea (foto) comenta o trabalho.

Declaração de Consenso do grupo FAST (Facilitating Anaplastic Thyroid Cancer Specialized Treatment) do MD Anderson Cancer Center enfatiza que a identificação rápida de uma variante patogênica BRAF V600E e o início oportuno da terapia sequencial são essenciais para evitar morbidade e mortalidade excessivas em pacientes com carcinoma anaplásico da tireoide com essa doença anteriormente incurável. O consenso tem participação das brasileiras Renata Ferrarotto (à esq.) e Luana Sousa (foto), em artigo no JAMA Network Open.

Estudo com participação do brasileiro Roberto Carmagnani Pestana (foto) está entre os 10 artigos mais citados no CA Cancer Journal, um dos periódicos com maior fator de impacto na ciência. O trabalho (Antibody–drug conjugates: Smart chemotherapy delivery across tumor histologies) tem como primeiro autor o oncologista Paolo Tarantino (à direita), médico oncologista e pesquisador do Dana-Farber Cancer Institute e da Harvard Medical School.

Artigo de Talha Burki publicado no Lancet Oncology reverbera nova denúncia contra a gigante do tabaco Philip Morris Internacional (PMI), expondo práticas da empresa para fazer conexões com formuladores de políticas, médicos e empresas de pesquisa.  A notícia mostra que a maior empresa de tabaco do mundo e sua subsidiária, a Phillip Morris Japan (PMJ), financiaram secretamente acadêmicos da Universidade de Kyoto para realizar pesquisas sobre cessação do tabagismo. Há também evidências de que a PMJ financiou uma consultoria em ciências biológicas, a FTI-Innovations, dirigida por um renomado professor da Universidade de Tóquio, com o objetivo de construir uma rede de especialistas para influenciar políticas de saúde pública.

A vitamina D tem sido considerada um fator de proteção contra o câncer de mama, mas sua relação com qualquer aspecto da doença permanece controversa. Estudo clínico realizado no Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba, indicou associação significativa entre níveis mais baixos de vitamina D e câncer de mama, achado que persistiu após análise multivariada (p<0,001). O trabalho tem como primeira autora a médica Talita Siemann Santos Pereira e participação do oncogeneticista José Claudio Casali da Rocha (foto).

A participação no Projeto Orbis se traduz em acesso mais rápido do paciente a medicamentos com alto benefício clínico e custos sustentáveis? Vinay Prasad (foto) e colegas analisaram os medicamentos contra o câncer revisados no Projeto Orbis entre maio de 2019 e novembro de 2023, comparando os cenários dos EUA, Canadá, Escócia e Inglaterra. A análise revela que Canadá, Inglaterra e Escócia  raramente forneceram recomendações positivas sem destacar incertezas clínicas e econômicas e, em alguns casos, não recomendaram esses medicamentos para reembolso. Os resultados clínicos do Projeto Orbis não foram diferentes de outras aprovações da FDA durante o mesmo período em termos de sobrevida global (p=0,11) e sobrevida livre de progressão (p=0,44), achados que levantam dúvidas sobre os benefícios da harmonização regulatória.

Treze tipos de câncer já foram identificados como cânceres associadas à obesidade. Estudo que comparou agonistas do receptor de peptídeo semelhante ao glucagon (GLP-1RA), eficazes para o tratamento de diabetes tipo 2 (DT2) e para atingir a perda de peso, mostrou que os GLP-1RAs foram associados a menores riscos de desenvolver esses tipos  de câncer em comparação com insulinas ou metformina em pacientes com DT2. “Esses achados fornecem evidências preliminares do benefício potencial dos GLP-1RAs para prevenção do câncer em populações de alto risco”, destacam os autores, em artigo no JAMA Network Open.

A progressão da doença (PD) em pacientes com tumores sólidos é um diagnóstico comum durante hospitalizações não planejadas e está associada a maiores taxas de mortalidade hospitalar e pior sobrevida global após a alta. É o que demonstra pesquisa do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), que revelou taxa de mortalidade hospitalar de 18,9% entre 3,7 mil internações não planejadas em 2021, motivadas principalmente por progressão da doença (34%), infecção (31,1%) e dor oncológica (13,4%). “Os oncologistas devem estar cientes das implicações prognósticas de hospitalizações não planejadas por progressão da doença e alinhar as metas de tratamento com seus pacientes”, destaca a análise. Os oncologistas Cassio Murilo Hidalgo Filho e Felippe Lazar Neto (foto) assinam como primeiro autor.

Nos EUA, o carcinoma hepatocelular (CHC) tem sido o câncer de crescimento mais rápido desde 1980, com estimativas  que indicando que a esteatose hepática associada à disfunção metabólica (MASLD) vai se tornar em breve a principal causa de CHC no cenário norte-americano. Um modelo preditivo desenvolvido a partir de dados de quase 2 milhões de pacientes com MASLD mostrou alta sensibilidade e especificidade para apoiar estratégias de vigilância, como relatam Rodriguez et al., no Jama Network Open.

Ensaio clínico randomizado demonstrou a eficácia de não inferioridade de um dispositivo de ablação térmica portátil e movido à bateria em comparação à crioterapia e à excisão eletrocirúrgica como estratégia para tratar lesão cervical pré-maligna em ambientes com recursos limitados. O médico epidemiologista Arn Migowski (foto), comenta o estudo. 

Em vídeo exclusivo gravado para o Onconews, o oncologista Suresh Ramalingam (foto) apresenta o estudo de Fase 3 LAURA, que além de ter sido selecionada para a Sessão Plenária no ASCO 2024 foi publicado simultaneamente na New England Journal of Medicine (NEJM). O trabalho demonstrou que osimertinibe melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão (SLP) de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) com mutação de EGFR em estágio III, irressecável, tratados com quimiorradioterapia e pode ser um novo padrão de tratamento para essa população. Suresh Ramalingam é diretor executivo do Winship Cancer Institute, da Emory University, e principal autor do estudo LAURA. Assista.