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Um novo volume da série dedicada à prevenção do câncer e produzida pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) já está disponível online, desta vez com foco na redução ou cessação do consumo de bebidas alcoólicas. Estimativas indicam que 741.300 novos casos de câncer foram atribuídos ao consumo de álcool em 2020,  representando globalmente 4,1% de todos os novos casos de câncer, 6,1% entre homens e 2,0% entre mulheres.

A Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) lançou um apelo por ações urgentes, tanto na União Europeia quanto nos níveis nacionais, para salvaguardar o futuro da pesquisa em câncer na Europa. “Centenas de ensaios estão sendo adiados na Europa por consequências não intencionais do IVDR (In Vitro Diagnostics Medical Devices Regulation), que representam uma ameaça ao papel da Europa como líder na pesquisa oncológica global”.

Estudo publicado no The Breast avaliou os fatores associados à não persistência à terapia endócrina em 5 anos, trazendo dados de qualidade de vida e sintomas em mulheres jovens (≤40 anos) com câncer de mama receptor hormonal positivo. “Embora a idade mais jovem tenha sido negativamente associada à persistência à terapia endócrina adjuvante, os fatores que contribuem para essa não persistência permanecem pouco compreendidos”, observaram os autores.

As evidências demonstram que a atividade física traz uma série de benefícios aos pacientes com câncer. Apesar disso, artigo publicado no ESMO Open relata que cerca de 48% dos pacientes com câncer entrevistados afirmaram que seus oncologistas nunca abordaram o tema em suas consultas, e apenas 10% foram encaminhados para serviços dedicados à prática de exercícios.

A terapia com o radioligante 177Lu-PSMA-617 pode oferecer benefício clínico e estatisticamente significativo de sobrevida livre de progressão radiográfica em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração e virgens de taxano, como demonstra estudo apresentado por Oliver Sartor (foto), da Mayo Clinic, destacado como "Abstract of the year", na reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Nuclear e Imagem Molecular (SNMMI).

Pesquisa realizada no Hospital de Câncer de Barretos mostrou a viabilidade de identificar Fusobacterium nucleatum (foto) no teste imunoquímico fecal (FIT) como potencial biomarcador não invasivo para detecção de câncer colorretal e adenoma avançado, a partir do PCR digital de gotículas (ddPCR). A análise indica alta sensibilidade (100%) e confirma o potencial dessa estratégia para melhorar o rendimento diagnóstico da triagem por FIT.

Maria Auxiliadora de Paula Carneiro Cysneiros, da Divisão de Suporte Diagnóstico e Terapêutico do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), é autora correspondente de estudo que analisa o ambiente imune do adenocarcinoma pancreático e sua associação com características clínicas e patológicas. Além da UFG, o trabalho tem participação de pesquisadores da UNIFESP e da USP de Ribeirão Preto, com resultados que trazem novos insights sobre os desafios terapêuticos no adenocarcinoma pancreático, demonstrando como células imunes e moléculas imunoinibitórias impactam sua evolução e prognóstico.

Revisão de pesquisadores brasileiros destaca que os cânceres colorretal, oral, pancreático, pulmonar e gastrointestinal têm associações consistentes com a doença periodontal, enfatizando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar de saúde. O trabalho foi publicado por Alice Villar (foto) e colegas na Cancer Epidemiology (Volume 91) e sublinha o potencial da terapia periodontal para reduzir o risco de câncer, especialmente o de próstata.

Estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia com pacientes que tiveram recorrência após cirurgia conservadora de mama para tratamento primário do carcinoma lobular invasivo estágio I–III identificou que a maioria das recorrências locais não foi detectada pela mamografia de vigilância. A taxa de câncer de intervalo foi significativamente maior no grupo de vigilância mamográfica em comparação com o grupo de vigilância por ressonância magnética (61,9% vs. 16,7%; p < 0,001), apoiando a necessidade de novas estratégias para o seguimento dessas pacientes.

Estudo de coorte avaliou os resultados de pacientes com câncer de mama triplo-negativo em estágio I que não receberam quimioterapia de acordo com os níveis de linfócitos infiltrantes de tumor estromal (sTILs) em cutoffs pré-especificados. Os resultados foram publicados no JAMA Oncology, em artigo que tem o oncologista brasileiro Antonio Wolff (foto), professor na Universidade Johns Hopkins, como coautor.

O treinamento neuromuscular pode diminuir o impacto da neuropatia periférica induzida por quimioterapia (NPIQ)? Ensaio clínico randomizado mostrou que a estratégia diminuiu o aparecimento de NPIQ em 50% a 70%, dependendo do agente neurotóxico utilizado. “O potencial da atividade física é enormemente subestimado”, disse Fiona Streckmann (foto), pesquisadora principal do estudo e assistente de pesquisa na Universidade de Basileia, na Suíça. O trabalho foi publicado no JAMA Internal Medicine.

O estudo de fase III TOPAZ-1 mostrou benefício de sobrevida com durvalumabe mais gemcitabina e cisplatina em pacientes com câncer do trato biliar avançado.  Análise retrospectiva multicêntrica global mostrou resultados de eficácia e tolerabilidade dessa combinação no mundo real, com achados que apoiam o uso de gemcitabina, cisplatina e durvalumabe como um padrão de tratamento de primeira linha para essa população de pacientes. “Esta primeira análise global do mundo real confirmou amplamente os resultados do TOPAZ-1”, destacam os autores, que apontam sobrevida global mediana de 15,1 meses e mediana de sobrevida livre de progressão de 8,2 meses. O oncologista Duílio Rocha Filho (foto) comenta os resultados.

Com uma série de três novas recomendações publicadas em abril e ainda abertas à consulta pública (drafts), a agência norte-americana Food and Drugs Administration (FDA) expande os critérios de elegibilidade para participantes de ensaios clínicos para incluir pacientes com uma gama mais ampla de status de desempenho, atualizar orientações sobre períodos de washout e exclusões de medicamentos concomitantes, além de propor mudanças em valores laboratoriais, para evitar exclusões injustificadas de participantes. “Aumentaria e muito nossa capacidade de recrutamento”, diz o oncologista Fábio Franke (foto), Presidente da Aliança Pesquisa Clínica Brasil.

Análise que descreve o perfil molecular de genes drivers no câncer  de pulmão de pacientes brasileiros que nunca fumaram mostra que 73% têm pelo menos uma alteração acionável, com mutações de EGFR em aproximadamente 50% dos casos. O trabalho tem implicações na prática clínica, demonstrando oportunidades para terapias-alvo que podem melhorar o tratamento desses pacientes.  Rodrigo Cavagna (foto), do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular do Hospital do Câncer de Barretos, assina como primeiro autor, em artigo que tem como autor correspondente Rui Manuel Reis (na foto à direita), diretor científico do Instituto de Ensino e Pesquisa da mesma instituição, também pesquisador da Escola de Medicina da Universidade do Minho, em Portugal.

Estudo publicado no JNCI: Journal of the National Cancer Institute buscou estimar a incidência de câncer peritoneal primário após ooforectomia bilateral preventiva em mulheres com mutação BRCA1 ou BRCA2. Jesus Paula Carvalho (foto), coordenador da equipe de ginecologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), comenta os resultados.

Estudo que comparou alterações patológicas e moleculares pré e pós terapia neoadjuvante entre 186 pacientes com câncer de mama positivo para receptor hormonal com HER 2 low versus HR+/HER2-0 mostrou que alterações no status HER2-low e HER2-0 ocorrem em aproximadamente 30% dos casos após neoadjuvância, principalmente após tratamento com quimioterapia neoadjuvante (NAQT). Os autores destacam que abordagens direcionadas a HER2-low devem ser exploradas como estratégia mais eficaz e/ou menos tóxica para buscar o downstaging na comparação com imunoterapia ou agentes quimio/endócrinos. A oncologista do ICESP, Vanessa Petry (foto), analisa o estudo.